terça-feira, 29 de janeiro de 2013
História de um Papagaio - António Torrado
Do Brasil regressara à sua terra um pobre emigrante. Como única riqueza, trazia um papagaio.
Pacientemente, o homem tinha ensinado o papagaio a dizer: ?Não há dúvida".
Um dia, o homem resolveu vender o papagaio. Realizava-se, nesse dia, uma grande feira, e o nosso homem para lá foi, lançando o seu pregão:
- Quem quer comprar um papagaio? Um papagaio muito esperto por cinco mil euros...
Mas ninguém estava interessado.
Então o homem mudou de pregão. E pôs-se a apregoar assim:
- Quem quer comprar este ser inteligente, que além do mais também é papagaio. É um sábio com penas! Ele sabe tudo e custa pouco. Por quinze mil euros, leva um sábio para casa, que até distrai e faz vista, porque é tal e qual um papagaio. Quinze mil euros, quem compra?
Aproximou-se um lavrador, que tinha menos de inteligência que de riqueza. Como queria dar-se ares de espertalhão, perguntou ao papagaio:
- Ó loiro, tu vales quinze mil euros?
- Não há dúvida - gritou o papagaio.
- E és realmente um sábio disfarçado de papagaio? Um grande sábio? - perguntou o lavrador.
- Não há dúvida - respondeu o papagaio.
O lavrador ficou espantado e comprou logo o papagaio, que levou para casa.
Mas o papagaio nunca mais voltou a falar.
Um dia, o lavrador, que já se arrependera de ter caído na esparrela, lamentou-se, junto da gaiola do passaroco:
- Que burro que eu fui em ter dado tanto dinheiro por um papagaio!
- Não há dúvida - gritou o papagaio. - Não há dúvida!
Pacientemente, o homem tinha ensinado o papagaio a dizer: ?Não há dúvida".
Um dia, o homem resolveu vender o papagaio. Realizava-se, nesse dia, uma grande feira, e o nosso homem para lá foi, lançando o seu pregão:
- Quem quer comprar um papagaio? Um papagaio muito esperto por cinco mil euros...
Mas ninguém estava interessado.
Então o homem mudou de pregão. E pôs-se a apregoar assim:
- Quem quer comprar este ser inteligente, que além do mais também é papagaio. É um sábio com penas! Ele sabe tudo e custa pouco. Por quinze mil euros, leva um sábio para casa, que até distrai e faz vista, porque é tal e qual um papagaio. Quinze mil euros, quem compra?
Aproximou-se um lavrador, que tinha menos de inteligência que de riqueza. Como queria dar-se ares de espertalhão, perguntou ao papagaio:
- Ó loiro, tu vales quinze mil euros?
- Não há dúvida - gritou o papagaio.
- E és realmente um sábio disfarçado de papagaio? Um grande sábio? - perguntou o lavrador.
- Não há dúvida - respondeu o papagaio.
O lavrador ficou espantado e comprou logo o papagaio, que levou para casa.
Mas o papagaio nunca mais voltou a falar.
Um dia, o lavrador, que já se arrependera de ter caído na esparrela, lamentou-se, junto da gaiola do passaroco:
- Que burro que eu fui em ter dado tanto dinheiro por um papagaio!
- Não há dúvida - gritou o papagaio. - Não há dúvida!
Silka - Ilse Losa e Manuela Bacelar
Silka" de Ilse Losa*****1º capítulo
«Numa viagem por terras bálticas apeei-me, certa tarde de calor, numa extensa praia de areia lisa. Descalcei-me e pus-me a caminhar ao longo do mar, calmo como os lagos das florestas. Tão grande era o silêncio em redor que me parecia ouvir as vibrações do ar e a agitação dos peixes na água.
Caminhando assim, a passo lento, sem hora marcada, deparei com um aglomerado de casinhas desabitadas, de pedras toscas enegrecidas pelo tempo, sem portas nem janelas. Resolvi entrar numa delas, mas mal pus o pé na soleira da porta o mar empinou-se em ondas ruidosas que se quebravam aos meus pés e alastravam pela areia, numa espuma hostil de tão fria. Era como se uma grande mão inimiga me tocasse.
Assustada, afastei-me em direcção ao monte do outro lado das dunas e das tristes casinhas vazias, o qual, visto assim de baixo, me parecia bastante calvo. Resolvi subir. Chegado ao cimo, vi que o mar voltara à sua calma, tal como o tinha encontrado ao chegar.
Nisto os meus olhos caíram sobre um grupo de quatro árvores que naquele lugar ermo, sem mais nenhuma vegetação, faziam o efeito de terem sido expulsas para o deserto. Entre um pinheiro e um cipreste, ambos de porte solene, havia um choupo de aspecto frágil, cujas folhas, verdes de um lado e prateadas do outro, tremiam sem cessar. Atrás elevava-se uma faia, majestosa no esplendor do seu tronco sem mácula e da sua volumosa copa de folhas cor de sangue. Dir-se-ia que os outros dois, o pinheiro e o cipreste, se aconchegavam na sua sombra como num quente abraço maternal.
“Como terão estas árvores vindo parar aqui, a este monte abandonado?”, perguntava de mim para mim, quando ouvi uma voz:
- Belas árvores, não são?
Ao meu lado estava um velho, de olhos amáveis por detrás das lentes grossas.
- São belas, sim – concordei. – Mas estranho vê-las aqui e serem cada uma da sua espécie.
O velho apontou para as casas desabitadas, em baixo, junto ao mar:
- E não estranha também aquelas casas, sem portas nem janelas?
Respondi que sim, que elas me surpreenderam, e que o mar se enfurecera quando eu quisera entrar numa delas.
- Não me admiro – disse ele. – O mar vigia-as com rancor, pois certo dia viu todos os habitantes fugirem delas, apavorados, para nunca mais voltares.
- Mas porque é que fugiram?
- Porque viram o mar tingir-se da cor do sangue, da mesma cor das folhas desta faia.
Mal ele tinha acabado de falar, as folhas – seria ilusão minha? – sussurraram por uns breves instantes como em confidência amigável.
- É uma história longa – continuou o velho –, mas se tiver tempo e paciência gostava de lha contar.
Eu tinha tempo, pois andava em viagem de recreio. E paciência para ouvir uma história, raras vezes me falta.
Ele convidou-me com um gesto a sentar-me junto de si, num rochedo perto das quatro árvores, e começou a contar a história mais extraordinária que eu jamais ouvira.»
Ilse Losa, ilustrações de Manuela Bacelar
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O verde
“Eu
sou o verde.
Vim
de um arco íris e escorreguei
por
dentro de uma gota de chuva.
O
céu era azul e a terra amarela
e
deles nasci.
Andei
à cata de coisas
E
poisei num cacto do deserto.
De
mar em mar,
de
lagarto em rã,
descobri
esmeraldas
e
abri os olhos dos gatos.
Andei
de gatas, rasteirinho,
pela
terra dos gafanhotos novos,
da
salsa, das nabiças,
da
alface e da hortelã.
Fiz-me
caldo verde.
Fui
à mesa escondido no vidro das garrafas.
Dei-me
a cheirar nos manjericos.
Espreitei
pelas persianas e vi os carros
passarem
quando eu mandava.
Mostrei-me
nas bandeiras.
Subi
às alturas na hera dos muros;
nos
limos; nas algas, desci às funduras.
Viajei
muito, colecciono tudo:
penas
de papagaio, berlindes, ervilhas, trevos de quatro folhas, moedas
desenterradas.
Umas
vezes sou velho, outras vezes sou novo.
Tanto
posso despontar de uma erva escondida
como
posso secar numa folha caída.”
(António Torrado, Maria Alberta Meneres – O
livro das 7 cores)
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
A galinha ruiva - Pilar Martínez e Marco Somà
Esta é a primeira novidade de 2013 da editora Kalandraka, disponível nas livrarias a partir de 18 de janeiro. É uma adaptação de Pilar Martínez a partir do conto popular "A galinha ruiva", com ilustrações de Marco Somà.
"Era uma vez uma galinha que vivia
numa quinta com os seus pintainhos.
Nessa quinta vivia um cão preguiçoso,
um gato dorminhoco e um pato muito malandro.
Um dia, andava a galinha ruiva
a esgaravatar no chão em busca de comida,
quando encontrou uns grãos de trigo.
E teve uma ideia.(...)"
numa quinta com os seus pintainhos.
Nessa quinta vivia um cão preguiçoso,
um gato dorminhoco e um pato muito malandro.
Um dia, andava a galinha ruiva
a esgaravatar no chão em busca de comida,
quando encontrou uns grãos de trigo.
E teve uma ideia.(...)"
"Com uma temática que nunca deixa de estar presente no nosso quotidiano: o valor do esforço e da perseverança, que sempre dá bons resultados, face à preguiça e a falta de solidariedade de quem está acostumado a beneficiar, sem o merecer, do trabalho dos outros.(...)"
Adaptação: Pilar Martínez
Ilustração: Marco Somà
Tradução: Elisabete Ramos
Edição: Kalandraka
Ilustração: Marco Somà
Tradução: Elisabete Ramos
Edição: Kalandraka
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
domingo, 20 de janeiro de 2013
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
Escrita Criativa - Biblioteca Escolar
O
Nascimento do Menino
Certa noite um
menino nasceu...
O menino
chamava-se Jesus.
Na rua, iam a alta
velocidade os três Reis Magos num carro descapotavél.
Os três Reis Magos
usavam um G.P.S. para irem ter com Jesus e Mariagondomar. Maria, era a mãe de
Jesus.
Os Reis Magos
tinham trazido presentes comprados numa loja de
brinquedos.
O Baltazar levava
uma pista de carros.
O Belchior levava
um carro.
E o Gaspar levava
um homem aranha.
Quando chegaram ao
hospital, à volta de Jesus, estava Maria , José e alguns
enfermeiros.
No dia seguinte, o
menino foi para o seu novo lar que era um prédio com 16 andares de altura perto
de uma grande cidade...
Kwany Lara, nº19, 4ºC. Prof.ª
Marlene
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Vamos conhecer as plantas - plantas carnívoras?
Sim. Por mais estranho que possa parecer, existem plantas carnívoras. Na verdade, elas são assim chamadas porque possuem capacidade de atrair pequenos animais, como insetos, aranhas e até mesmo alguns anfíbios, que lhe servem de alimento.
Através de armadilhas, ela captura o bichinho e o come para retirar dele todo o nutriente de que precisa para sobreviver.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Escrita criativa - Não traziam ouro, incenso e mirra...
Não traziam ouro, incenso e mirra...
Se os Reis Magos viessem hoje visitar-nos, que presentes trariam?
Se os Reis Magos viessem hoje visitar-nos, que presentes trariam?
- Será que seguiam a
estrela (ou usavam o GPS)?
- Será que vinham de
camelo (ou de avião)?
Elabora e ilustra o teu texto.
Deverá ser entregue até ao próximo dia 15.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
Maria, a alegria na diferença - Teresa Coutinho e Pedro Sousa Pereira
O livro "Maria, a alegria na diferença", escrito pela ex-jornalista Teresa Coutinho a partir da história real da filha de quatro anos, é uma obra que explica às crianças o que significa ter paralisia cerebral.
Teresa Coutinho explicou à agência Lusa que escreveu o livro, a editar este mês pela Prime Books, como resposta às perguntas que o filho mais velho lhe foi fazendo quando percebeu que a irmã do meio "era diferente".
Maria nasceu com paralisia cerebral, que lhe afeta sobretudo as capacidades motoras: "Tem uma imaginação muito grande e viaja com a cabeça para o sítio onde todos os outros meninos chegam com as pernas", referiu.
Com ilustrações do autor e jornalista Pedro Sousa Pereira, o livro explica às crianças o que é ser diferente e ajuda os pais e educadores a enfrentar as perguntas dos mais novos.
"Percebi que havia uma lacuna no mercado, não encontrei muita coisa que ajudasse as crianças a perceber o que é ser diferente e neste caso o que é ter paralisia cerebral", afirmou Teresa Coutinho.
Para a autora, nestes quatros anos de vida da filha, o mais difícil de enfrentar não são as perguntas das crianças - "porque entendem e não criam perconceitos" -, mas sim a atitude dos adultos.
"Sente-se um desapoio muito grande a quem tem deficiência, e depois explicar aos adultos que as crianças não precisam de passar a vida em cadeiras de rodas, que precisam de passar nos passeios, onde estão estacionados carros", enumerou a autora.
Todas as receitas do livro reverterão a favor da associação Sorriso da Rita, de apoio à reabilitação das crianças com paralisia cerebral, onde Teresa Coutinho disse ter encontrado auxílio e compreensão em relação à filha.
"Maria, a alegria na diferença" será apresentado na terça-feira no Palácio Sottomayor, em Lisboa, pelo jornalista Mário Augusto.
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
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