quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Kalandraka - Dia 19, bazar de Natal em Matosinhos

Sala 34, Rua Alfredo Cunha nº37
Matosinhos
(em frente à Biblioteca Florbela Espanca e à Câmara Municipal de Matosinhos)

domingo, 13 de dezembro de 2015

Uma carta ao Pai e à Mãe no Natal



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O Natal do Pequeno Pintarroxo




Faltava uma semana para o Natal e o Pequeno Pintarroxo estava a ficar muito entusiasmado. Lavou e passou a ferro sete fatinhos quentes para os dias frios que se aproximavam.

Vestiu o seu fato branco e saiu para patinar no lago.

Pelo caminho, encontrou o Sapo.

— Tenho tanto frio! — exclamou o Sapo. — Podias ajudar-me?

O Pequeno Pintarroxo deu ao Sapo o seu fatinho branco.

— Ainda tenho seis fatos — pensou ele, enquanto o Sapo se afastava feliz, saltando.

Seis dias antes do Natal, o Pequeno Pintarroxo vestiu o seu fato verde e precipitou-se lá para fora, para brincar na neve.

Ao longo do caminho apareceu o Ouriço.

— Estou gelado! — queixou-se ele.

O Pequeno Pintarroxo deu ao Ouriço o seu fato verde.

— Ainda tenho cinco fatinhos — pensou ele, acenando um adeus ao seu amigo espinhoso.

Cinco dias antes do Natal, o Pequeno Pintarroxo vestiu o seu fato cor-de-rosa, e foi à procura de minhocas.

Ainda não tinha ido muito longe quando a Toupeira apareceu.

— Brrrrrrr! O solo está muito duro para escavar, e eu estou gelada! — queixou-se ela.

Por isso, o Pequeno Pintarroxo deu o seu fato cor-de-rosa à Toupeira. Ficava-lhe um pouco apertado, mas a Toupeira não se importou. Estava linda e quentinha.

— Ainda restam quatro fatos — pensou o Pequeno Pintarroxo.

Quatro dias antes do Natal, o Pequeno Pintarroxo vestiu o seu fato amarelo e voou até ao cimo do enorme carvalho onde se sentou e encontrou o Esquilo.

— Tenho tanto frio que não consigo dormir! — resmungou o Esquilo.

O Pequeno Pintarroxo entregou-lhe o seu fato amarelo.

— Agora já só tenho três fatos — pensou ele, enquanto o Esquilo adormecia.

Três dias antes do Natal, o Pequeno Pintarroxo vestiu o seu fatinho azul.

Estava a fazer voos picados através das nuvens quando viu o Coelho na colina.

— Estou com tanto frio que sinto os dentes a bater! — tiritava o Coelho.

O Pequeno Pintarroxo deu ao Coelho o seu fato azul.

— Bom, ainda me restam dois — disse ele para si próprio, enquanto o Coelho continuou alegremente o seu caminho.

Dois dias antes do Natal, o Pequeno Pintarroxo vestiu o seu fato roxo e lá foi a saltitar ao longo da margem do rio.

Mesmo à beirinha do rio estava a Lontra com o seu bebé. Estava muito infeliz.

— O meu bebé está adoentado! — disse ela.

O fatinho roxo do Pequeno Pintarroxo ficava mesmo bem ao Bebé Lontra, e fê-lo sentir‑se logo melhor.

— Ai, meu Deus, agora já só tenho um fatinho — pensou o Pequeno Pintarroxo.

No dia anterior ao Natal, o Pequeno Pintarroxo vestiu o seu último fato, um quentinho, cor de laranja. Andava ele a passear e a assobiar há algum tempo quando encontrou uma minúscula ratinha, a tiritar de frio no jardim. O Pequeno Pintarroxo sentiu tanta pena dela que despiu o seu último fato de lã e colocou-o por cima das orelhinhas geladas dela.

Agora era já tarde e véspera de Natal. A neve caía e o Pequeno Pintarroxo não tinha nada quentinho para vestir. Não havia ninguém por ali que pudesse ajudá-lo, e a casa ficava longe. Acomodou as penas o melhor que pôde e aconchegou-se com um ar desprotegido num telhado coberto de neve.

Em breve adormeceu. Nem sequer os sinos do trenó o acordaram. Ou o estalar da neve debaixo de duas botas pretas e pesadas.

Umas mãos grandes formaram uma conchinha, pegaram no Pequeno Pintarroxo e envolveram-no numa barba branca e macia.

— Era melhor vires comigo, meu rapaz! — riu uma voz áspera mas alegre.

— Este é o generoso pequenito de quem te tinha falado — disse o homem à sua mulher.

— Então tem de receber um presente bem especial! — respondeu ela.

E com o Pequeno Pintarroxo abrigado e confortável no seu colo, a senhora pôs-se a trabalhar…Puxou um fio de um grande e brilhante casaco vermelho, e com ele tricotou um minúsculo fatinho.

Era o tamanho perfeito para um passarinho.

— Estou muito orgulhoso de ti — disse o homem, com um sorriso. — Deste todas as tuas roupas quentes para ajudar as outras pessoas. Sabes o que é o espírito natalício! Agora, chegou a vez do teu presente. Este fato é muito, muito especial. Vai manter-te quentinho para sempre, e quando alguém olhar para ti, o fato vai aquecê-lo também!

O Pequeno Pintarroxo estava muito feliz. Chegara a hora de partir, de novo cruzando os céus, enquanto o sol se levantava e beijava a terra. O seu peito brilhava, tão vermelho quanto o nariz de uma rena. Muito em breve estaria em casa.

— Feliz Natal! — gritou o homem enquanto desaparecia a voar.

— Adeus e muito obrigado! — respondeu também o Pequeno Pintarroxo.

Era a manhã de Natal. Meninos e meninas abriam os presentes…O Pequeno Pintarroxo voou até ao ramo mais alto. Vestia orgulhosamente o seu novo fato vermelho. E cantou docemente para desejar a todos um Feliz Natal!


Jan Fearnley

Little Robin’s Christmas

London, Egmont, 2013

(Tradução e adaptação)

Natal em imagens

Eu sei tudo sobre o Pai Natal



sábado, 12 de dezembro de 2015

O armário do Pai Natal



Diário das Emoções - Anna Llenas



Anna Llenas, autora de “Diário das Emoções” diz que seu livro “transforma e melhora suas emoções por meio da criatividade”.

Alegria, tristeza, raiva, medo, calma... Emoções tão presentes em nosso dia a dia, mas ao mesmo tempo tão difíceis de serem definidas – e, algumas vezes, difíceis até de serem sentidas. Você sabe diferenciar a maneira como expressa cada uma delas? Quais alterações causam no seu corpo?

A raiva e a alegria, por exemplo, compartilham uma mesma forma de expressão: o aumento do ritmo cardíaco. Já o medo e a raiva têm a mesma função: a sobrevivência – a raiva nos levando a responder prontamente àquilo que nos ataca e o medo fazendo com que passemos a agir com mais prudência. 

Em 'Diário das emoções', a arteterapeuta Anna Llenas ensina, passo a passo, como identificar, reconhecer e expressar essas emoções, tudo por meio de atividades que o ajudarão a se conectar com seus sentimentos através da imaginação.

Pegue suas canetas, seus lápis de cor e o que mais achar interessante e se prepare para fazer uma viagem de autoconhecimento com altas doses de diversão.

Violeta Lópiz vence ILUSTRARTE 2016





Do Chile ao Japão, dos EUA à Austrália, da China ao Irão, mais de 1700 ilustradores de 72 países registaram-se na 7ª edição da ILUSTRARTE. Os trabalhos foram avaliados por um júri internacional formado por Serge Bloch (ilustrador, francês), Juanjo Oller, (editor e ilustrador, espanhol), Johanna Benz (ilustradora, alemã, vencedora da ILUSTRARTE 14) e Joana Astolfi (editora e designer, portuguesa). 

Os comissários são Eduardo Filipe e Ju Godinho. O ilustrador convidado é Serge Bloch e a escritora homenageada Alice Vieira.

Dois núcleos adicionais completam o festival: Alice Vieira, um olhar sobre a obra de uma das mais celebradas escritoras portuguesas para a infância e juventude e Serge Bloch, uma exposição monográfica sobre a obra de um dos grandes autores da ilustração e design internacionais contemporâneos.
VENCEDORA DA EDIÇÃO DE 2016

A ilustradora espanhola Violeta Lópiz vence o Prémio Ilustrarte 2016, com o livro "Amigos do Peito", com texto de Cláudio Thebas, e editado em Portugal pela Bruaá (2014). 

As originais ilustrações de Violeta Lópiz juntam-se ao texto poético de Cláudio Thebas para nos guiar ao longo de um passeio pelo bairro onde vive uma criança, cruzando praças, edifícios e amigos de cujo nome completo nunca se lembra: “Amigo não tem apelido, amigo tem endereço!” As imagens de Violeta Lópiz conseguem criar uma empatia imediata com o leitor ao revelar as ligações entre lugares, pessoas e afectos.

No blogue picturebook makers, a autora explica todo o processo de concretização do livro, que incluiu passar uma temporada em Portugal.

Tu é que és o Pai Natal?



Natal

A Carta para o Pai Natal - Luísa Ducla Soares


quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Participa e ganha livros - Minutos de Leitura

Participe no Calendário do Advento!


Com um livro a cada dia, o Natal chega mais depressa...

A Minutos de Leitura irá sortear um livro diferente todos os dias até ao Natal. Para se habilitar a ganhar (Regras), basta carregar em participar no respectivo dia e responder a uma simples pergunta... 

Clica AQUI

Boa sorte!

Era uma vez... no Natal


terça-feira, 8 de dezembro de 2015

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Escrita criativa


 Clicar na imagem para ampliar.
   
                                       
Ajuda o Pai Natal a fazer um acróstico com o seu nome.
Não te esqueças que um acróstico é um jogo de palavras, que consiste em iniciar cada verso com uma letra de uma palavra escrita verticalmente. Ou seja, a partir das letras dessa palavra criam-se outras palavras ou pequenas frases.

           P
         A
          I

         N
         A
         T
         A

         L

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

O pinheiro de Natal





O Natal já estava por toda parte, nas lojas, na televisão, em algumas casas enfeitadas com lâmpadas que acendiam e apagavam, deixando as noites alegres à espera do dia tão festejado, principalmente pelas crianças, que sonhavam com seus presentes natalícios.


Músicas de Natal ecoavam nas lojas, na televisão, e na casa de Afonsinho.

Dona Amélia sua mãe, já queria um pinheiro para a árvore de Natal de 2011.

- Preciso do pinheiro de Natal, dizia a mãe de Afonsinho. Vá com seu irmão até o pinheiral, e cortem o mais bonito que acharem.

- Vamos correndo Afonsinho, vamos logo dizia Paulo, seu irmão caçula.

- Não posso correr minha perna não ajuda, você sabe disso...

Andando com passos apressados, Afonsinho olhava seu irmão Paulo que corria para o pinheiral, carregando um facão.

Por que minha mãe não me levou para tomar a vacina contra a paralisia? Será que ela não sabia, pensava ele.

Hoje carrego este aleijão, que não me deixa correr, e que todos na escola riem de mim, menos a tia Maria, que compreende o meu problema, e me defende dos colegas.

Um pinheiro de Natal! Mais um pinheiro que seria cortado e depois do Natal jogado no lixo, pensava Afonsinho...

Ele ficava tão lindo! Suas lâmpadas faiscavam e coloriam a sala. Seu perfume exalava por toda a casa, e eu sentia que o Natal tinha cheiro de pinheiro.

Paulo já havia chegado ao local e gritava:- Anda logo, venha escolher o pinheiro para ser a árvore deste Natal.

- Vou deixar o facão aqui debaixo deste pinheiro, e você corta um deles para a mamãe, gritava Paulo, que já corria morro abaixo.

Antes de eu chegar ao local, Paulo já tinha corrido até um campinho de futebol que ficava nas imediações, e já jogava com os meninos uma pelada.

Olhei os meninos jogarem, e senti vontade de ter as pernas fortes como as do Paulo, para poder jogar futebol também.

Sentei-me à sombra de um pinheiro, e fiquei a olhar as outras árvores para poder escolher uma delas.

Cortar uma arvorezinha pequena e linda, que missão a minha... Elas pareciam tão felizes ali naquele lugar, sentiam o sol aquecer-lhes as folhas, o vento que vinha de longe, refrescava-lhes as folhas, e contava-lhe os segredos de lugares onde não podiam estar...

Olhou vários pinheiros, viu alguns de porte muito grandes, outros muito pequenos, e se encantou com um deles.

Foi até o local, e preparou o facão para dar o primeiro golpe, mas antes de fazê-lo ouviu uma voz que lhe falou:

- Por que você vai me cortar? Deixe-me ficar no meio dos meus irmãos, sentindo e vivendo com a natureza cada dia em meu habitat. Aqui sou feliz!

- Não sou um pinheiro igual aos meus irmãos, sou aquele pinheiro que esteve lá pertinho de Jesus quando ele nasceu, enfeitei a gruta de Belém.

- Hoje, estou em missão, vim hoje até aqui para falar-lhe...

- Como pode um pinheiro falar? Acho que estou a ouvir coisas...

- Sim eu estou falando com você Afonsinho, estou aqui numa missão, que depois do nascimento de Jesus eu fui incumbido por ele. Escolho alguém de alma pura e bondosa, que sai à procura de um pinheiro para cortar, e com ele armar sua árvore de Natal.

- Você foi a pessoa escolhida por Deus para ouvir a minha estória.

- Eu estava em Belém, nasci no caminho onde todos os pastores passavam para chegarem até a gruta onde nasceu o Salvador, e ouvi a conversa deles, quando se dirigiam até lá para adorar o Salvador.

- Eu também queria ir, mas minha perna..., ou meu tronco, estava plantado, sem poder me mover. Entretanto meu coração me pedia para me aproximar da gruta. Eu queria levar algo, um presente, de minha natureza de árvore ao pobrezinho, que nascia numa manjedoura.

- Só o que eu podia oferecer, era o perfume de minhas folhas, a essência que eu recebera de Deus, e que poderia perfumar o local.

- Minhas folhas se conservavam verdes, apesar do frio, e eu era quase uma exceção naquele ambiente onde o branco da neve cobria os morros, campos e os telhados das casas. Tudo era neve, e até minhas folhas estavam em parte cobertas de neve.

- Tanto que eu queria ter folhas maciinhas, para que a mãe do Salvador pudesse forrar a manjedoura com elas, mas elas eram pontiagudas, e iriam ferir a pele delicada daquela criança recém nascida.

- O frio era intenso, não havia flores naquela época, mas o meu perfume se espalhava por toda a parte, mas meus olhos não viam o Salvador, contava o pinheiro ao Afonsinho.

- De meu tronco escorriam gotas de resina, que desciam como lágrimas de tristeza, e elas perfumavam ainda mais o ar frio, que era levado pelo vento até a gruta onde nascera o menino, que eu ouvira chamar-se Jesus.

- Você pode andar Afonsinho, apesar de uma de suas perninhas ser mais fininha que a outra, pode levar seu corpinho, mesmo com dificuldade para todo lugar, e pode pensar com mais profundidade sobre as coisas...

Nisto chegou um tatuzinho que tinha seu buraco ao lado do pinheiro, e entrou na conversa.

- Meus amigos, escutei a conversa e resolvi participar dela. Deixei a minha toca, mas antes tomei cuidado, e verifiquei que você Afonsinho é um bom menino, e não vai usar seu facão contra mim. Sou um tatu bola, e sou revestido de placas grossas, que me protegem contra meu predadores. É minha carapaça de proteção.

- Ao nascer não tenho a tal carapaça, sou recoberto com uma pele delicada, igual ao do Menino, sobre o qual conversam, mas depois ela vai endurecendo, e se torna dura e me serve de proteção.

- Olhe Afonsinho, como o tatuzinho, Jesus nasceu com a pele delicada, depois não teve armadura que o protegesse dos inimigos, e nem queria tal proteção, porque sua missão era salvar a humanidade. Ele, como filho de Deus, que nasceu numa gruta, tão pobrezinho, poderia ter escolhido um castelo, e ser filho de reis...

- Como um tatuzinho, uso de uma proteção, me enrolo todo e fico como uma bola, e assim o meu inimigo não consegue me pegar...

- Mas, você pinheiro, fica sem proteção, esperando na época do Natal ser cortado e enfeitado, ficando nas salas todo iluminado, admirado por todos, disse o tatuzinho

- Mas como você conseguiu chegar até à gruta de Belém, meu amigo pinheiro, perguntou Afonsinho? Estou ansioso para saber.

- Um anjinho que por ali passava, que só tinha uma asa, andando sem poder voar como os seus irmãos, já cansado, sentou-se debaixo de mim, e encostou-se em meu tronco, disse o pinheiro.

Sentiu a minha tristeza, quando uma gota de resina perfumada caiu em sua cabecinha.

- Por que choras meu irmão pinheiro? Estás tão verde, que nem parece sentir a friagem da noite. Sou um anjinho aleijado, nasci sem uma asa, coisa que ainda não entendo... Deus podia ter consertado, mas não o fez, por um motivo que ainda estou a refletir... O anjinho emocionado relatava ao pinheiro a sua deficiência, sem entender o por quê...

- Meus irmãos já estão a cantar ao Menino Jesus, mas não podendo voar, eu vou andando devagar, orando, refletindo sobre a grandeza do acontecimento, e oferecendo a minha dificuldade como uma oração ao Deus Menino.

- Minha deficiência me dá um tempo maior para observar as coisas ao meu redor, conversar com você, poder sentir sua aflição e tristeza, por um motivo que desconheço.

- Eu choro porque queria ver o Menino Jesus, a quem você vai caminhando para visitar, sem poder voar. Se voasse já estaria lá, disse o pinheiro.

O pinheiro contava ao Afonsinho sua história, e ele ouvia com muita atenção.

- Hoje é Natal, amigo pinheiro, vou presenteá-lo com alguns poderes que ainda tenho, e você irá ver o querido e esperado Menino Jesus, disse o anjinho.

- Ah! Meu amigo pinheiro e meu amiguinho tatuzinho, estou curioso para ouvir o resto de sua história, conte-me logo, disse Afonsinho ao pinheiro.

- O anjinho que estava encostado em meu tronco disse-me:

- Segure-se bem pinheiro, para que seus galhos não escapem, que vai ventar forte... Agarre-se no seu sonho, e suas seivas irão acelerar seu coração de árvore, de pinheiro que quer adorar Jesus...

Um vento forte veio de algum lugar, não sei de onde e me carregou até pertinho da gruta de Belém.

O anjinho aproveitou a carona, e agarrado num galho meu, chegou voando comigo, onde me finquei ao lado da gruta de Belém.

- Agora meu amigo pinheiro, olhe para o céu, disse o anjinho.

- Olhando para o céu, vi estrelas que vinham caindo, e quando chegavam às pontas de meus galhos se seguravam, e ficavam piscando intermitentes...

- Alguns passarinhos enrolaram em meus galhos cipós floridos, trazidos não sei de onde para enfeitarem o meu verde...

- Do lugar de onde eu estava podia ver a mãe sorrindo de alegria ao amamentar o filhinho Jesus, seu pai adorando a cena, e um burrinho e uma vaquinha aquecendo com seus bafos o Menino Jesus.

- Soube pelo anjinho, que a mãe se chamava Maria, e o pai José. Os pastores ajoelhados adoravam o pobrezinho de Belém, ao som do canto dos anjos que entoavam:

- “Paz na Terra aos homens de boa vontade”!

- Querido Afonsinho, vi o anjinho aleijado, sem uma das asinhas, ser abraçado por Maria, e o Menino Jesus sorria-lhe, agradecendo todo o esforço que fez para chegar até a gruta de Belém...

- E ouvi Maria falando:- “Que perfume delicioso, você não está sentindo querido anjinho”? Sinto que é perfume de pinheiro.

Afonsinho emocionado, abraçava o tronco do pinheiro, e passava suas mãos sobre a couraça do amigo tatuzinho, com muita emoção dizendo-lhes:

- Não vou cortar você pinheiro, para enfeitar o nosso Natal, vou contar à minha mãe tudo o que ouvi, e iremos arranjar um pinheiro artificial, bem como perfume artificial de pinheiro para espalhar pela sala no Natal.

- Meu aleijão será um motivo para refletir sobre a minha vida e a minha missão. Não ficarei mais triste, e nem reclamarei mais de minha deficiência, aprendi com o anjinho sem asa...

- Nem criarei uma couraça como você, amiguinho tatu, para me defender dos predadores, usarei outros meios, como: o amor, a paciência, a oração que farei neste Natal ao Menino Jesus, falando-lhe e agradecendo-lhe tudo o que sou, e recebi de Deus, para viver a minha missão...

- Cadê o pinheiro de Natal? Perguntou Paulo, que chegava correndo do campinho de futebol.

- Ele está no meu coração, o nosso pinheiro está vivo dentro de mim, e ficará aqui no pinheiral enfeitando a natureza, que comemora junto com os homens o Natal de Jesus!

- Mamãe compreenderá porque não cortei um pinheiro para ser nossa árvore de Natal, quando ouvir a história que vou lhe contar...

A vendedora de fósforos - Hans Christian Andersen