quarta-feira, 31 de julho de 2013
terça-feira, 30 de julho de 2013
O Castelo de Areia - António Torrado e Cristina Malaquias
Era uma praia muito carregada de gente. Toldos e barracas de lona tapavam a vista do mar. Chapéus-de-sol, em cacho, uns sobre os outros, tapavam a vista do céu.
Para que um banhista, mesmo magrinho, conseguisse estender a toalha de banho sobre a areia, tinha de pedir ?Com licença, com licença" aos vizinhos, para que se chegassem um pouco mais para o lado. Então, toda a praia se movia, à esquerda e à direita, como uma onda e as pessoas, sucessivamente, diziam ?Com licença, com licença", a pedirem espaço ao vizinho do lado, até nos dois extremos da praia os últimos banhistas gritarem: ?Não apertem mais!" E estes últimos banhistas acabavam por ter de ficar em pé, de encontro à muralha.
- Quero fazer um castelo de areia - disse o menino, que tinha trazido para a praia um balde novo e uma pá e um ancinho.
- Só quando o teu pai for tomar banho - disse a mãe.
- Para que lado é que é a água? - perguntou o pai.
- Acho que é para ali - apontou a mãe. - Foi donde veio ainda agora aquele senhor, que está a limpar-se.
O pai, para ter a certeza, foi perguntar ao tal senhor:
- O mar estava bom?
- Não sei - respondeu o senhor, que esfregava furiosamente a cabeça com uma toalha. - Não encontrei mar nenhum. Para me refrescar, tive de ir tomar duche a um balneário.
- Se fosse a ti não saía de ao pé de nós - disse a mãe do menino. - Vais e, depois nunca mais nos encontras, no meio de tanta gente.
- Então quando é que eu faço o castelo de areia? - perguntou o menino, já amuado.
- Descansa que eu vou já tomar banho - disse o pai. - Para voltar, oriento-me pela cor do nosso chapéu-de-sol.
- Há milhares de chapéus-de-sol iguais - disse a mãe, mas o marido dela e pai do menino já ia longe.
Ia, todo satisfeito, a caminho do mar, embora só muito mais tarde viesse a descobrir, quando chegou à estrada, que se tinha enganado.
O menino pôs-se a construir o castelo de areia, cheio de entusiasmo. Depois de ter erguido o torreão e a primeira cintura de ameias, lembrou-se de pedir à mãe:
- Quero um gelado.
A mãe escusou-se, explicando-lhe que se ela fosse procurar a barraca dos gelados, ia ser muito difícil depois dar de novo com o sítio onde estavam.
Mas o menino insistiu tanto, que ela acedeu.
No bocado de areia deixado livre pela mãe, o menino acrescentou ao castelo uma segunda cintura de muralhas e um fosso todo à volta. Estava um trabalho perfeito e já com uma certa dimensão.
Passou que tempos.
- Estou cheio de fome - gritou o menino, sem tirar os olhos da sua construção, que já tinha preenchido todo o espaço disponível.
Um par de namorados, que estava estendido ao lado, condoeu-se daquele menino, que se perdera dos pais, e foi procurar o cabo-do-mar, para dar-lhe conta da ocorrência. Os namorados partiram de mão dada, tendo a mãe da rapariga recomendado que não se demorassem.
Pois sim. A verdade é que se demoraram, tanto que a mãe da rapariga, muito enervada, resolveu ir à cata deles, pela praia fora.
A obra crescia a olhos vistos. Era um imponente amuralhado com várias cercas e fossas, torres anexas e trincheiras defensivas, esculpidas com primor pelos dedos hábeis do menino, esquecido de tudo o mais à sua volta.
Preenchia uma importante extensão de terreno, que até parecia impossível que, no aperto de tanta gente, ainda houvesse um quadrado de areia disponível para um menino brincar tão à vontade.
Declinava o sol, quando o pai regressou, tiritando. Logo a seguir apareceu a mãe, com um gelado todo derretido. Abraçaram-se, como se já tivessem perdido a esperança de voltarem a encontrar-se.
- Este dia correu muito mal - concordaram os pais.
Só o menino não era da mesma opinião.
Para que um banhista, mesmo magrinho, conseguisse estender a toalha de banho sobre a areia, tinha de pedir ?Com licença, com licença" aos vizinhos, para que se chegassem um pouco mais para o lado. Então, toda a praia se movia, à esquerda e à direita, como uma onda e as pessoas, sucessivamente, diziam ?Com licença, com licença", a pedirem espaço ao vizinho do lado, até nos dois extremos da praia os últimos banhistas gritarem: ?Não apertem mais!" E estes últimos banhistas acabavam por ter de ficar em pé, de encontro à muralha.
- Quero fazer um castelo de areia - disse o menino, que tinha trazido para a praia um balde novo e uma pá e um ancinho.
- Só quando o teu pai for tomar banho - disse a mãe.
- Para que lado é que é a água? - perguntou o pai.
- Acho que é para ali - apontou a mãe. - Foi donde veio ainda agora aquele senhor, que está a limpar-se.
O pai, para ter a certeza, foi perguntar ao tal senhor:
- O mar estava bom?
- Não sei - respondeu o senhor, que esfregava furiosamente a cabeça com uma toalha. - Não encontrei mar nenhum. Para me refrescar, tive de ir tomar duche a um balneário.
- Se fosse a ti não saía de ao pé de nós - disse a mãe do menino. - Vais e, depois nunca mais nos encontras, no meio de tanta gente.
- Então quando é que eu faço o castelo de areia? - perguntou o menino, já amuado.
- Descansa que eu vou já tomar banho - disse o pai. - Para voltar, oriento-me pela cor do nosso chapéu-de-sol.
- Há milhares de chapéus-de-sol iguais - disse a mãe, mas o marido dela e pai do menino já ia longe.
Ia, todo satisfeito, a caminho do mar, embora só muito mais tarde viesse a descobrir, quando chegou à estrada, que se tinha enganado.
O menino pôs-se a construir o castelo de areia, cheio de entusiasmo. Depois de ter erguido o torreão e a primeira cintura de ameias, lembrou-se de pedir à mãe:
- Quero um gelado.
A mãe escusou-se, explicando-lhe que se ela fosse procurar a barraca dos gelados, ia ser muito difícil depois dar de novo com o sítio onde estavam.
Mas o menino insistiu tanto, que ela acedeu.
No bocado de areia deixado livre pela mãe, o menino acrescentou ao castelo uma segunda cintura de muralhas e um fosso todo à volta. Estava um trabalho perfeito e já com uma certa dimensão.
Passou que tempos.
- Estou cheio de fome - gritou o menino, sem tirar os olhos da sua construção, que já tinha preenchido todo o espaço disponível.
Um par de namorados, que estava estendido ao lado, condoeu-se daquele menino, que se perdera dos pais, e foi procurar o cabo-do-mar, para dar-lhe conta da ocorrência. Os namorados partiram de mão dada, tendo a mãe da rapariga recomendado que não se demorassem.
Pois sim. A verdade é que se demoraram, tanto que a mãe da rapariga, muito enervada, resolveu ir à cata deles, pela praia fora.
A obra crescia a olhos vistos. Era um imponente amuralhado com várias cercas e fossas, torres anexas e trincheiras defensivas, esculpidas com primor pelos dedos hábeis do menino, esquecido de tudo o mais à sua volta.
Preenchia uma importante extensão de terreno, que até parecia impossível que, no aperto de tanta gente, ainda houvesse um quadrado de areia disponível para um menino brincar tão à vontade.
Declinava o sol, quando o pai regressou, tiritando. Logo a seguir apareceu a mãe, com um gelado todo derretido. Abraçaram-se, como se já tivessem perdido a esperança de voltarem a encontrar-se.
- Este dia correu muito mal - concordaram os pais.
Só o menino não era da mesma opinião.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Feia Tão Feia
A menina feia
Tem dentes de rato
E pêlos nas pernas
À moda de um cacto.
A menina feia
Tem olhos em bico
E o seu nariz
Pica como um pico.
A menina feia,
Sardenta, gorducha
Não parece gente,
Só lembra uma bruxa…
Se fechares teus olhos,
A ouvires cantar,
É uma sereia,
Princesa do mar.
Se fechares teus olhos
E chegares pertinho,
Ela cheira a rosas
E a rosmaninho.
Se lhe deres a mão
Vês que é de veludo
E tens uma amiga
Pronta para tudo.
Luísa Ducla Soares, in CD “Vinte e Cinco” do Bando dos Gambozinos
domingo, 28 de julho de 2013
A tesoura libertária - Almanaque Silva
A tesoura, habitualmente símbolo de censura e restrição de liberdades, tranfigura-se nestas ilustrações em ferramenta libertária. Sabemos que o ilustrador era dado a preguiças gráficas.
E a preguiça terá sido, quem sabe, motor de uma simples mas ousada solução gráfica para este livro da Colecção Pequenos Pioneiros da Editora Portugália, pelo ano de 1967.
Seu autor, João da Câmara Leme (Beira, Moçambique, 1930-Lisboa, 1984)... Ler mais
O Rato Ratolas - António Torrado e Cristina Malaquias e outros
Era uma vez um rato, chamado Ratolas, que se julgava mais que os outros - os outros animais rasteiros da sua condição ou aproximados. Ratos, ratazanas, toupeiras, doninhas, ouriços, lagartixas e restante pessoal do mundo subterrâneo ou rente à terra, nunca lhe ouviram um " Olá, como vais tu? ", porque o Ratolas não prestava atenção aos insignificantes bichos seus iguais. Ele só se dava com a alta, com os bicharocos grossos e pernaltas, girafas, leões, elefantes, rinocerontes, hipopótamos e outros que tais matulões.
Um dos amigos era o elefante. Que montanha ondulante, bamboleante o elefante! Que gigante!
- Psst! - chamava o ratinho - Olá, amigo! Então passa e não fala?
Um dos amigos era o elefante. Que montanha ondulante, bamboleante o elefante! Que gigante!
- Psst! - chamava o ratinho - Olá, amigo! Então passa e não fala?
- Não fala? - intrigava-se o elefante - Não fala a quem? Quem me fala?
- Sou eu, o Ratolas. Estou aqui, em cima desta pedra, em bicos de pés. Então não me vês?
- Agora vejo. Como tens passado, aí por baixo?
O Ratolas respondia que sim, que passava bem, muito obrigado. Soprava mais umas coisitas sem importância e, depois, calava-se. Conversas destas nunca podiam ser muito longas, porque o rato depressa ficava com a garganta seca de tanto se esganiçar. Então, o elefante dizia-lhe adeus e lá continuava nas suas graves passadas, que abalavam a floresta.
Uma vez, os elefantes deram uma festa. O Ratolas não tinha sido convidado, mas se ele era quase da família, porque não havia também de ir?
Arranjou uma noz para cada elefante, embrulhadas numa folhinha, à maneira de presente, o que era simpático, e carregou com tudo até à clareira da floresta, para onde estava marcada a reunião.
Demorou que tempos pelo caminho, porque levava carga pesada. Quando chegou, já a festa ia em meio.
- Resolvi trazer-vos uma prenda - começou o ratito, na orla da clareira.
Mas ninguém o ouvia. Os elefantes estavam a dançar. Estremeciam as árvores da raiz à copa, estremecia a floresta de ponta a ponta, estremecia o continente, estremecia a Terra. Elefantes a dançar - zumba-pumba-zumba - imaginem!
Adiantou-se um passo o Ratolas:
- Trago-vos um presente, uma pequena lembrança...
Mas a dança, que era de truz, abalava tudo. Abalava tudo e tanto que as nozes rolaram pelo chão. Foi o Ratolas apanhá-las, mas não fosse ele tão rápido nos movimentos e a história acabava mesmo aqui. Acabava mesmo aqui, o que era um pena. Por pouco que o ratinho Ratolas não ficou esmagado debaixo da pata de chumbo de um dos elefantes matulões. Escapou-se por uma unha limpa.
Escapou-se, voltou costas aos elefantes, à clareira da festa e regressou à sua toca, pensativo. Pelo caminho, encontrou uma lagartixa e cumprimentou-a:
- Como tem passado, senhora lagartixa? Que tal vai de comidinha?
Mais adiante cruzou-se com um esquilo:
Mais adiante cruzou-se com um esquilo:
sábado, 27 de julho de 2013
O Príncipe com cabeça de cavalo - António Mota
Autor: António Mota Ilustração: Martinho Dias Gailivro, 2002 |
Fonte: Wook
Começa assim:
E assim aconteceu. Nove meses depois a rainha teve um filho. Um príncipe com cabeça de cavalo... |
"Um dia o rei e a rainha decidiram que tinha chegado a altura do príncipe se casar. Mandaram o seu retrato para todas as cidades a ver se aparecia alguma princesa que se quisesse casar com ele. Todas as princesas olharam para o retrato e todas disseram o mesmo:
- Eu não nasci para casar com um príncipe que tem uma cabeça de cavalo! Como seriam os meus filhos, se eu me casasse com ele?
O príncipe andava muito triste por não encontrar uma noiva.
Vendo o seu filho tão amargurado, o rei mandou anunciar por toda a parte do reino que a menina, rica ou pobre, da cidade ou da aldeia, que se quisesse casar com o príncipe com cabeça de cavalo teria muitos criados para a servir, roupas finas, jóias e muito dinheiro.
(...) Em todo o reino apenas uma menina, muito pobre e muito mal vestida é que disse que estava disposta a casar-se com o príncipe."
Mas a história não acaba aqui... muita coisa aconteceu e muito a menina teve de percorrer para casar com o príncipe. Requisita o livro na rede de bibliotecas do concelho de Arganil e ficas a conhecer toda a história...
O Livro da Avó - Luís Silva
"O Livro da Avó" destacou-se das outras obras "pela ilustração muito bonita, pelo formato original, maior do que o normal, e também pela temática e pela abordagem da morte e da saudade de uma forma tão simples, mas tão bela", justificou a representante da Fundação.
Para o ilustrador Luís Silva, a conquista do galardão
"dá a segurança de ter escolhido o caminho certo" e adiantou que tem
mais quatro ideias para colocar em livro ainda este ano.
A obra premiada foi lançada no mercado em Novembro do
ano passado, e resultou de um trabalho de fim de curso de ilustração e
banda desenhada que frequentou há dez anos na Bélgica, mas preferiu
esperar algum tempo e entrar no mercado de trabalho "para ganhar
experiência".
"O Livro da Avó" é uma homenagem à avó que lhe contava
histórias fascinantes sobre Àfrica, onde viveu e trabalhou como
professora: "O facto da minha avõ ter desaparecido da minha vida
marcou-me muito. Esta história é, afinal, muito simples, e talvez por
isso, toda a gente se identifica com ela", assinalou à Lusa quando
recebeu a notícia do prémio.
Nascido em Angola há 40 anos, Luís Silva veio para
Portugal com seis e foi viver para Vila do Conde, onde ainda tem um
atelier, mas reside agora na Póvoa do Varzim.Como ilustrador tem
trabalhado para a imprensa, publicidade, teatro e pensa agora dedicar-se
mais à literatura infanto-juvenil.
sexta-feira, 26 de julho de 2013
quinta-feira, 25 de julho de 2013
5 curiosidades sobre o leão
Felinos são animais do filo Chordata (os animais com coluna vertebral), classe
Mammalia (os mamíferos), ordem Carnívora (carnívoros) e subordem Feliformia.
As sub-famílias dos felinos: Felinae (que inclui o gato doméstico), Pantherinae (inclui o leão) e Acynonychinae (guepardo).
As sub-famílias dos felinos: Felinae (que inclui o gato doméstico), Pantherinae (inclui o leão) e Acynonychinae (guepardo).
Os felinos mais conhecidos são: leão, tigre, onça, guepardo, leopardo, lince, serval, jaguatirica, leopardo-das-neves, gato selvagem e gato doméstico.
O rugido do leão pode ser ouvido a até oito quilômetros de distância.
Sabias que é possível determinar a idade de um leão pela cor da juba? É que, quanto mais velho o animal, mas escura é a juba.
Um leão macho adulto pode medir 3 metros do focinho ao fim cauda e pesar até 200 quilos.
O leão é um felino totalmente sociável. Quem geralmente caça para o bando são as fêmeas. Os machos protegem o bando enquanto um grupo de fêmeas cuida dos filhotes.
Ao contrário dos leões, o tigre é um animal solitário e que geralmente caça sozinho.
Se os leões são bons corredores (principalmente as leoas), os tigres são excelentes saltadores. Tigres também se saem bem a nadar, podendo nadar até 5 km.
O Leão e o Coelho Saltitão - Ondjaki e Raquel Caiano
Certa tarde, o Leão, rei da
Floresta Grande, estava esfomeado e cansado de comer ervas e peixe-seco. Chamou
o seu amigo Coelho Saltitão para resolver este problema da fome.
– Meu grande amigo Coelho – cumprimentou o
Leão.
– Leão, meu velho... Como vai essa saúde?
– A saúde vai mais ou menos... O pior é a fome. Não
aguento mais comer raízes e frutos que não sabem a nada. Apetece-me carne, carne
fresca e abundante. Entendes?
– Entendo, meu velho – respondia o Coelho Saltitão,
sempre mantendo alguma distância do Leão, não fosse o rei querer resolver o
problema do seu apetite com carne de coelho amigo.
– Chega-te mais perto de mim – pediu o Leão.
– Não, obrigado, meu velho, estou bem a esta distância.
Além disso, hoje faz muito calor, não há necessidade de estarmos muito chegados.
Mandaste chamar-me?
– Sim – disse o Leão, enquanto passava a língua pelos
lábios, molhando os seus velhos bigodes. – Pensei que talvez tivesses uma ideia
para arranjar alguma carne fresca. Tu és um animal cheio de ideias.
O Coelho deu dois saltinhos e afastou-se um pouco mais.
Estava pensativo, mexia as patas esgravatando o chão em busca de qualquer
bichinho que não apareceu.
– Sim, tenho uma ideia, meu velho.
– Tens de chegar mais perto, quase não te escuto –
disse o Leão.
– Então eu falo mais alto – respondeu o Coelho
Saltitão.
– Mas não grites, pois outros animais poderão ouvir o
teu plano. A sério, podes chegar mais perto que eu não gosto de carne de coelho
– garantiu o Leão.
– Nunca digas desta carne não comerei – murmurou o
Coelho Saltitão, mas lá deu dois saltinhos aproximando-se do rei da Floresta
Grande.
O Coelho explicou ao Leão que era uma boa ideia
prepararem um lugar apertado, com paus altos, como se fosse um pequeno quintal,
onde ele, o Coelho, faria o enterro do seu cão. Depois convidariam todos os
animais da Floresta Grande para virem ao funeral e...
– Mas tu tens um cão? – interrompeu o Leão, muito
espantado.
– Não, claro que não.
– Então como é que o vais enterrar?
– Não entendes, meu velho... O cão és tu – sorriu o
Coelho Saltitão.
– Então eu não sou o Leão?! – o rei da Floresta coçou a
testa.
– Deixa-me terminar, meu velho, a ver se entendes o
plano. Eu digo que tinha um cão, e que o meu cão morreu de fome. Convido-os para
um enterro daqueles que nós fazemos aqui na nossa Floresta, com muita bebida. Tu
ficas quieto como se fosses o cão morto. Quando todos estiverem bêbados e
adormecerem, finalmente teremos uma bela refeição e ainda vai sobrar carne para
muitos meses.
– Mas tu comes carne? – perguntou o Leão.
– Ando um pouco cansado de cenouras – explicou o
Coelho.
...
Na hora da divisão, ele deu a pior parte da carne para o coelho.
O coelho não queria a pior parte, então ele fez um truque para assustar o leão e ficar com a melhor parte da carne.
Essa história é uma lenda africana que explica porque o leão e o coelho não são amigos até os dias de hoje!
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