sábado, 27 de dezembro de 2014
sábado, 20 de dezembro de 2014
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
domingo, 14 de dezembro de 2014
sábado, 13 de dezembro de 2014
Um Natal muito especial
Era o primeiro Natal da Rita Ratinha. O céu rasgava-se de rosas e dourados e o ar era frio.
Algo cintilava através da janela de uma casa, brilhando na escuridão da noite.
— O que é aquilo, mamã? — guinchou a Rita.
— Chama-se árvore de Natal — respondeu a mãe. — As pessoas enchem-na de bolas brilhantes, luzes e estrelas.
— Quem me dera ter uma árvore de Natal — suspirou a Rita.
— E se fôssemos à floresta procurar uma? — sugeriu a mãe. — Podes pô-la tão bonita como aquela que se vê na janela.
A Rita achou a ideia maravilhosa. Chamou os irmãos e as irmãs, e lá foram todos à procura.
Pelo caminho, encontraram um celeiro e os ratinhos aventuraram-se lá dentro, à procura de alguma coisa para colocar na sua árvore. Debaixo de um enorme monte de palha, a Rita encontrou uma boneca.
— É igual à que está no cimo da árvore de Natal que se vê à janela — comentou. — É perfeita para a nossa árvore!
Mas a boneca já tinha dono.
— Grrrrr! — rosnou o velho cão da quinta. — Essa boneca é minha!
— Não corras atrás de nós — pediu a Rita. — Só pensei que a boneca ficaria bem na nossa árvore de Natal.
O velho cão bocejou. É verdade que, por vezes, corria atrás de ratinhos. Mas, talvez por ser Natal, ou por se lembrar da altura em que brincava com as crianças, junto da árvore de Natal da quinta, o cão disse aos ratinhos que podiam levar o brinquedo emprestado.
Os ratos saíram da quinta, levando consigo a boneca, e chegaram ao outro lado da floresta.
— Vejam! Encontrei outra coisa para colocarmos na nossa árvore! — exclamou a Rita.
Era uma fita dourada, que pendia de um ramo de um carvalho. A Rita trepou pelo tronco acima, agarrou a fita e puxou…
Mas a fita pertencia a uma gralha, que queria usá-la para forrar o seu ninho.
— Por favor, não te zangues — pediu a Rita. — Só a queria para enfeitar a nossa árvore de Natal.
Ora, normalmente, as gralhas perseguem ratinhos. Mas, talvez por ser Natal, ou por também ter ficado a admirar a árvore de Natal que se via à janela, ela largou a fita e a Rita levou-a consigo.
Ao longe, a Rita viu umas coisinhas vermelhas a brilhar, caídas no chão. Eram muito parecidas com as bolas penduradas na árvore de Natal que se via à janela.
— É mesmo disto que precisamos! — exclamou a Rita, correndo para apanhar uma delas. — Agora, já temos uma boneca, uma fita dourada e uma bola brilhante!
Mas as bolas brilhantes pertenciam a uma raposa.
— Essas cerejas são minhas — resmungou. — Estou a guardá-las para ter o que comer no Inverno frio.
— Nós só achamos que uma ficaria bem na nossa árvore de Natal — disse a Rita, tremendo de medo.
A raposa cheirou-a. Já correra atrás de muitos ratinhos. Mas, talvez por ser Natal, voltou para o interior da floresta, deixando que a Rita escolhesse uma cereja e a levasse com ela.
O sol começava a pôr-se, à medida que os ratinhos avançavam cada vez mais para o interior da floresta. Por fim, numa clareira, encontraram uma árvore verde muito grande.
— A nossa árvore de Natal! — gritou a Rita.
E, nos seus ramos, penduraram a boneca, a fita e a cereja.
— Oh — disse a Rita, quando terminaram. — Não se parece nada com a árvore de Natal que eu vi.
Tristes, os ratinhos voltaram as costas e, desiludidos, caminharam de regresso a casa, para se deitarem.
A meio da noite, a Senhora Rato acordou os seus pequenotes.
— Venham comigo — sussurrou. — Quero mostrar-vos uma coisa.
Os ratinhos apressaram-se para junto da mãe, seguindo-a em direcção à floresta.
Pelo caminho, viam alguns animais que passavam por eles, cheios de pressa.
Por fim, os ratinhos chegaram à clareira. A Rita parou de repente e os seus olhos começaram a ficar mais e mais redondos e brilhantes.
— Oh, vejam aquilo! — exclamou.
Durante a noite, os animais da floresta tinham acrescentado mais enfeites à árvore e a neve começara a cair, cobrindo tudo com o seu brilho. A pequena árvore piscava sem parar na escuridão.
— A nossa árvore é ainda melhor do que a que se vê à janela. — sussurrou a Rita, muito feliz.
E, talvez por ser Natal, todos os animais se sentaram à volta da árvore, tranquilos e em paz.
Christine Leeson
Um Natal muito especial
V. N. Gaia, Edições Gailivro, 2006
sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
sábado, 6 de dezembro de 2014
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
domingo, 9 de novembro de 2014
PINGA O PINGO
Pinga o pingo da torneira
Pinga pinga
Pinga o pingo
Que amanhã já é domingo
E depois segunda feira
Pinga o pingo da torneira
na banheira
terça feira
quarta feira
Pinga de toda a maneira
quinta feira
sexta feira
Falta pouco p’ra domingo
Pinga o pingo
Pinga pinga
Pingo o pingo da torneira.
sábado, 8 de novembro de 2014
Quem foi S. Martinho?
Martinhos há muitos... mesmo Martinhos ilustres.
São MARTINHO I - PAPA e MÁRTIR
A primeira confusão pode vir de Martinho I, (590 - eleito Papa 649, condenado à morte pelo imperador Constante II e desterrado em 653, veio a falecer em 16.9.655). A igreja venera-o como mártir e celebra a sua festa em 12.11.
São MARTINHO DE DUME - Bispo em Dume, arredores de Braga e depois Arcebispo de Braga.
Oriundo de Panónia (na actual Hungria) viveu entre 518 - 20.03.579. Esteve na Palestina e Itália onde terá estudado. Veio para a Galécia em 550 e fixou-se em Dume onde fundou um Mosteiro, onde foi eleito Bispo em 556. Em 569, ficou a ser também Bispo metropolita de Braga. Dedicou-se à conversão dos suevos e deixou grandes obras que são grandes tratados de doutrina cristã.
São MARTINHO DE TOURS (n. Na actual Szambatkely, Hungria, 316 ou 317 - Candes, França, 08.11.397)
Este ó o santo, que é ou terá sido o santo mais popular da Europa.
Filho de um oficial romano, em serviço na fronteira do Império, alista-se no exército desde os 15 anos.
Em Amiens, provavelmente em 338, quando fazia a ronda na cidade, no inverno, encontrou um pobre seminu com quem repartiu a capa.
Na noite seguinte, Jesus apareceu-lhe, em sonhos, vestido com a capa que ele dera ao mendigo.
Chegou a ser oficial da guarda imperial mas aos 40 anos abandona a vida militar.
Foi Bispo desde 371 e ficou na história pela sua bondade ilimitada e pelo seu zelo apostólico.
A sua Festa litúrgica celebra-se a 11 de Novembro.
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
O aranhol
No tear dos juncos aquáticos
à beira do lago de opala
D. Aranha uma artista
abriu sua oficina de modista.
—
Urde um tecido de gala
rico e decorativo
tendo como motivo
os raios geométricos de uma estrela.
—
Tela fina com botões de orvalho
que refulgem como pérolas
dependurou-a num galho
para que através do ar diáfano venha vê-la
com sua couraça de ábano e de ouro
o príncipe etíope D. Besouro
seguido por sua corte de libélulas.
Menotti del Picchia
domingo, 2 de novembro de 2014
Leituras em Sala de aula podem estragar o prazer de ler
Frank Cottrell Boyce, escritor infantil e juvenil, conhecido pela obra Milhões (editado em Portugal pela Editorial Presença, em 2004), afirmou recentemente, num artigo escrito para o jornal The Guardian, que alguns métodos de ensino estão a poluir a experiência de leitura.
O autor alerta que determinadas estratégias aplicadas para encorajar a literacia estão a afastar as crianças dos livros ao invés de as aproximar deles. Isto acontecerá devido a uma análise excessiva dos textos que retira o prazer da leitura.
Cottrell Boyce explica que em vez de se deixar a criança apreciar a história, os professores muitas vezes interrompem o momento de leitura para dar indicações daquilo a que devem estar atentas para mais tarde realizarem diferentes exercícios. O autor acredita que isso afeta o gosto pela história que se está a ouvir ou a ler.
Ele defende que «o prazer de ler é uma forma profunda e poderosa de atenção, uma espécie de pensamento lento». O escritor apoia ainda a leitura em voz alta, pois ela não tem de ser um ato solitário.
Promover o gosto pela leitura é pois o ponto de partida para a literacia. Se se não se fomentar esse prazer, então qualquer análise de uma história corre o risco de não se fixar e de a criança acabar por não refletir no texto por si, mas apenas com base em parâmetros fornecidos, o que esvazia toda a experiência de leitura.
sábado, 1 de novembro de 2014
Cantiga de Mãe - Alice Vieira e Afonso Cruz
Olha as horas!
Sai da cama!
Não demores
a acordar!
Lava os dentes
muito bem.
- Mas… ó mãe!…
Não inventes
mais desculpas
p’ra atrasar!
Passa o pente
na cabeça!
Bebe o leite
mais depressa!
E não te esqueças
também..
- Mas… ó mãe!…
…de levar
a papelada
assinada
que a professora
mandou.
Vai lá buscar
a mochila
e vê, se por esta vez,
estão prontos
os TPC!
E fecha bem…
- Mas… ó mãe!…
A torneira
da banheira!
Olha o pingo…
- Mas ó mãe!...
Mas ó mãe!...
Hoje é domingo!
Estrampalhar
#10: ESTRAMPALHAR
O som diz tudo: estrampalhar não é bem estragar; é só desarrumar, desfazer, baralhar. Oiço esta palavra e lembro-me logo da minha irmã Paula a dar cabo dos jogos quando começava a apanhar seca: uma torre de legos, um jogo de cartas, as peças do Monopólio, os dados de póquer, as letras do Scrabble – seja o que for, vai tudo à frente. E não importa se os outros estavam saltitantes de entusiasmo, não interessa se o jogo é a cifrões ou a feijões: quando a Paula está farta, toca a estrampalhar tudo. Mãozinhas do demo, com intolerância ao tédio, implacáveis a semear o caos em décimas de segundo.
E se eu estivesse a ganhar? Irritava-me toda, ralhava, gritava, esperneava, fulminava-a com o meu olhar mortífero número três – cheguei mesmo a assentar-lhe um estrepitante calduço (sim, que isso de ser tolerante com os intolerantes é muito bonito com meia dúzia de Lexotans no bucho, caso contrário fica difícil). Mas não havia volta a dar: o estrago estava feito. A Paula estrampalhou, o jogo acabou. Ponto final parágrafo travessão. Não, bastão. Ou, como nos filmes, taco de basebol.
E quem estrampalha é o quê? Estrampalhuças. Eu não sou estrampalhuças por natureza, mas aprendi a lidar melhor com quem é. Desde o episódio do calduço, e para evitar medidas mais radicais do tipo apertar o gasganete, antes de começar a trepar paredes e a hiperventilar, inspiro e expiro sete vezes e acabo por mandar a raiva sair discretamente pela porta dos fundos. Tudo para poupar a saudinha a tão afoita criatura que decidiu boicotar sem dó nem piedade qualquer coisa de que eu estava a gostar.
A minha irmã sabia como deixar-me de cabelos em pé. Mas com a sua provocação assumida (subversão a bem da nação) também me ensinou a perder. Ou a deixar cair. A fazer o pino dentro da cabeça em momentos-limite, numa espécie de treino de resignação por via do riso: o método consiste em fazer zoom out, vermo-nos de fora e rirmo-nos da situação toda quando ela é demasiado parva e insignificante para ser levada a sério.
Quando não dá para fazer marcha-atrás, que remédio senão relativizar e aceitar o inevitável: abanar a cabeça, encolher os ombros e depois desligar o botão e siga para bingo, para-a-frente-é-que-é-Lisboa. A vida é demasiado curta para gastar cordel a amarrar o burrinho.
Texto de Catarina Sacramento
Ilustração de Rita Cortez Pinto
(Publicado a 30 Outubro 2014)
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
terça-feira, 28 de outubro de 2014
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
domingo, 26 de outubro de 2014
sábado, 25 de outubro de 2014
terça-feira, 21 de outubro de 2014
sábado, 18 de outubro de 2014
Outono Pleno
Outono ameno, belo e calmo...
Colorido e diferente!
Esvoaçante, friorento...
gostoso, hilariante...
Outono invejável, jeitoso...
lindo e melancólico.
Namoradeiro e oprimido
preguiçoso
querido!
Outono risonho, silencioso, tentador...
Outono das cores,
Das folhas multicores...
Outono despido...
Mas querido!
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
A Pão e Letras
«Dizem que se os seres humanos não pudessem sonhar à noite acabariam loucos.
Do mesmo modo, se não se permite a uma criança entrar no mundo do imaginário, ela nunca chegará a assumir a realidade.
A necessidade dos contos, para uma criança, é tão fundamental como a sua necessidade de comida e manifesta-se do mesmo modo que a fome.»
(Paul Auster, A Invenção da Solidão)
domingo, 12 de outubro de 2014
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
domingo, 5 de outubro de 2014
Mês Internacional das Bibliotecas Escolares
Outubro é o Mês Internacional da Biblioteca Escolar.
Em todo o mundo, este período é aproveitado para reforçar a visibilidade das bibliotecas escolares e a consciencialização acerca do seu valor nas aprendizagens.
A International Association of School Librarianship (IASL) propõe, como anualmente acontece, um tema aglutinador, «Your School Library: Mind-Map Central» —
«A tua biblioteca escolar: um mapa de ideias»
(tradução adotada pela RBE)
Ler mais... AQUI
Feliz Dia do Professor!
Esta efeméride foi criada pela UNESCO em 1994 com o objetivo de chamar a atenção para o papel fundamental que os professores têm na sociedade e na instrução da população.
É uma homenagem a todos aqueles que escolheram o ensino como forma de vida e que dedicam o seu dia-a-dia a ensinar crianças, jovens e adultos.
sábado, 4 de outubro de 2014
Histórias de amizades especiais
Todos sabemos como adoramos os nossos animais de estimação. São especiais para nós, fazem parte da família, fazemos o que podemos por eles. Quem os ama, ama desde pequeno. Chega-se a uma certa idade e pede-se, implora-se (atazana-se!) ao pai e à mãe um cão ou um gatinho. Com eles aprendemos a cuidar, a amar, a lealdade, a responsabilidade e a importância da disciplina, também.
Vários testemunhos demonstram igualmente que os animais, às vezes mais do que as pessoas, conseguem estabelecer ligações especiais com crianças que possuem determinadas limitações ou que sofrem de doenças incapacitantes, e com isso ajudá-las tanto ao nível psicológico, como físico.
Aqui ficam alguns exemplos de pessoas que resolveram contar algumas dessas histórias de amizades especiais entre crianças e animais.
A minha gata Jessi, Jayne Dillon, Booksmile
«Lorcan Dillan era um menino adorável, com um sorriso malandro e olhos claros, mas sofria de autismo e mutismo seletivo. A sua condição impedia-o de comunicar normalmente, expressar emoções simples e desfrutar de abraços ou contacto humano. Mas tudo isto mudou radicalmente com a chegada da gatinha Jessi. A ligação extraordinária entre Lorcan e a gata foi imediata. Tornaram-se inseparáveis: quando Lorcan gritava e chorava, a gata sentava-se junto a ele até que se acalmasse; à noite, deitava-se na cama até que ele adormecesse; e brincavam juntos todo o dia. Depressa os pais se aperceberam de que Lorcan estava finalmente a expressar as suas emoções, algo que nunca conseguira. Hoje, é um rapaz que consegue comunicar com toda a gente, desenvolver e manter amizades, falar com desconhecidos e até participar em peças de teatro.»
Haatchi e Little B, Wendy Holden, Quinta Essência
«Numa noite gelada em janeiro de 2012, Haatchi, o cão, foi atingido na cabeça e abandonado numa linha de caminho de ferro para ser atropelado por um comboio. O maquinista viu demasiado tarde o adorável pastor-da-anatólia de cinco meses. De alguma forma, o aterrorizado cachorrinho sobreviveu à perda de sangue da pata e cauda parcialmente cortadas e conseguiu rastejar para um lugar seguro.
Felizmente, Haatchi foi resgatado, embora os veterinários não tenham conseguido salvar-lhe a pata e cauda. Um apelo no Facebook chamou a atenção de um casal de bom coração, Colleen Drummond e Will Howkins, que também são o pai e a madrasta de Owen (conhecido na família como Little B, ou seja Little Buddy, «amiguinho»). Um olhar para o focinho expressivo de Haatchi disse-lhes tudo o que precisavam de saber e o sortudo cão mudou-se para casa da família Howkins apenas seis semanas depois de quase ser morto. Owen, agora com oito anos, tem uma doença genética rara que faz com que os seus músculos estejam permanentemente tensos. Em grande parte confinado a uma cadeira de rodas, era um menino reservado e ansioso com dificuldade em fazer amigos. Mas quando Owen acordou na manhã depois de Haatchi chegar, apaixonou-se imediatamente pelo cão mutilado que, por sua vez, acabou por salvá-lo.»
Catarina Araújo
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
5 Truques para pôr o seu filho a devorar livros
Aqui ficam cinco truques:
1. por imitação: crianças que vejam os seus pais ou avós ou familiares a lerem regularmente, sentir-se-ão atraídos pelos livros. O truque é comprar um livro ilustrado e deixá-lo ao alcance da criança para que ela o descubra e se aventure a folheá-lo.
2. leve o seu filho a uma livraria: se existe uma livraria no seu bairro leve lá as suas crianças. As livrarias costumam dinamizar os seus espaços com horas do conto, encontros com autores e pequenas oficinas. Estas visitas promovem o contacto próximo com o livro e com a leitura. Deixe-os explorar e não tente escolher os livros por eles, mas incentive-os a descobri-los.
3. conte-lhes histórias: conte anedotas, conte histórias da sua infância, leia em voz alta. Ajuda a articulação verbal, a apreensão de vocabulário, além de promover a imaginação.
4. organize pequenos teatros: as crianças gostam muito de teatrinhos e a dramatização dos diálogos e das cenas descritas cativará o gosto das crianças pelas histórias.
5. invente histórias com os seus filhos: incentive-os a criarem também os seus próprios contos e a ilustrá-los, pois assim em tornando-se parte do processo de criação, poderão sentir-se estimulados a partilhar o seu gosto pela leitura.
Era uma vez... uma história de dividir
muitíssimo devagar.
A divisão bem podia,
dizia ele, esperar.
O dividendo, mais lesto,
não podendo perder tempo,
dia a dia ia perdendo
a paciência e o resto.
E, encarando o amigo,
falava-lhe duramente:
"Não posso contar contigo,
és um inquociente!
Manuel António Pina
Palavras desenhadas
Ornitorrinco
ORNITORRINCO
Há bichos com mais sorte do que outros (ao que parece, a injustiça não olha a espécies). E o ornitorrinco é um deles: pertence a uma pequena elite de animais com nomes carismáticos. Podem não ser bonitos, mas a verdade é que a designação estilosa lhes dá charme suficiente para seduzir um zoo inteiro. Um nome com personalidade faz maravilhas.
O ornitorrinco é assim o equivalente ao Gainsbourg do reino animal. E não me refiro à voz nem às orelhas, mas à pinta. Basta apresentar-se pelo nome e as fêmeas caem-lhes aos pés como tordos. Nunca falha.
A técnica também resulta bem com humanos: eu sou a prova viva disso – fiquei completamente rendida à palavra ornitorrinco, foi amor à primeira audição – e algo me diz que há por aí mais pessoas com uma queda especial para bicharada de nomes patuscos. Gente que era capaz de levar um para casa só pelo prazer de poder dizer em voz alta: “Tenho um ornitorrinco, uma suricata, um guaxinim, um pintarroxo, um ratel.”
No caso do ornitorrinco, o aspecto consegue ser ainda mais insólito do que o nome. A sua bizarra fisionomia parece o resultado daqueles livros infantis em que se criam animais juntando uma parte de três bichos diferentes e o conjunto revela uma criatura estrambólica qualquer, que só existe mesmo na imaginação de quem a inventa.
A avaliar pela aparência, o ornitorrinco tinha tudo para ser um animal mitológico – ora vejam: corpo de castor, bico de pato e garras de urso. E ainda dizem que a realidade não supera a ficção. Pensando bem, devia era chamar-se caspaturso. Ah, mas depois já não era uma palavra de que eu gosto. Deixa cá ver… caspaturso… caspaturso… Bem, e daí, talvez até fosse.
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
terça-feira, 30 de setembro de 2014
domingo, 28 de setembro de 2014
A Padeirinha de Aljubarrota
Brites de Almeida
A Padeira de Aljubarrota |
Dizem que era tão feia e tão grandalhona que muitas vezes se fazia passar por um homem! Conta a lenda que terá nascido em Faro, onde o pai era taberneiro. Brites de Almeida era o seu nome, apresentando seis dedos em cada mão! Desde criança que se mostrou de feitio desordeiro. Órfã aos 26 anos, vendeu o que tinha e lá foi de vila em feira, adestrando-se no manejo das armas.
Apesar de tudo, um soldado alentejano pediu-a em casamento, tendo ela aceitado se ele a vencesse em luta.
Bem, o desgraçado ficou às portas da morte, e Brites teve de desandar dali. Em Faro, embarcou para Espanha, mas o barco em que seguia foi assaltado por piratas mouros, que a levaram para o Norte de África. E lá foi vendida como escrava.
Brites acabou por ser comprada por um homem que já tinha outros escravos portugueses. Pois ela combinou com eles matarem o dono e fugirem para Portugal. Assim aconteceu, mas na viagem de regresso um temporal acabou por atirar com o barco para a costa da Ericeira.
Julgando-se procurada por ter matado o soldado, Brites vestiu-se de homem e cortou o cabelo, tornando-se almocreve. E almocreve foi durante alguns anos. Até que um dia, farta de vagabundagem, foi parar a Aljubarrota, tendo sido admitida como ajudante de padeira. Ora, por morte da patroa, ficou ela com o negócio, acabando mesmo por casar, já mostrando-se mulher, com um honrado lavrador.
Porém, a 14 de Agosto de 1385, logo pela manhã, chegaram a Brites de Almeida, conhecida como Brites Pesqueira, os ruídos tremendos de uma tropa preparando-se para um combate. Sentindo ferver-lhe nas veias a vontade de lutar, agarrou na primeira arma que encontrou, decerto abandonada por algum ferido, e juntou-se, como um soldado mais, às tropas portuguesas.
Após a grande Batalha de Aljubarrota, que se traduziu na rotunda vitória das tropas portuguesas e inglesas contra o invasor castelhano, Brites regressou a casa, contente mas estafada. Porém, mal entrou na padaria, sentiu no ar algo estranho. Algum fugitivo castelhano estaria por ali escondido...
Então, reparou que a porta do forno estava fechada, pelo que foi abri-la. E viu que estavam lá dentro sete castelhanos, fingindo-se os soldados adormecidos. Chamou-os, mas o pânico era tanto que eles nem se mexiam. Ela, mesmo com a própria pá do seu ofício, deu-lhes tantas que os matou a todos. Depois, galvanizada por isto, arregimentou gente e foi perseguir outros fugitivos que estavam espalhados por toda a região.
Conta ainda a lenda que a pá de Brites de Almeida foi guardada como símbolo de Aljubarrota, e quando os Filipes foram reis de Portugal, o instrumento esteve entaipado numa parede. Seria retirado da parede quando D. João IV foi aclamado! E sempre que se comemorou a batalha, a pá de Brites foi exibida como relíquia! No entanto,com a idade, a padeira de Aljubarrota tornou-se numa calma esposa de lavrador...
Portugal Lendário, O Livro de Ouro das nossas lendas e tradições, 2005
sábado, 27 de setembro de 2014
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
O princípio da escrita
Há muitas palavras com as quais não costumamos lidar no nosso dia-a-dia.
Passatempos como Palavras Cruzadas ou Sopas de Letras ajudam a expandir o nosso vocabulário ao mesmo tempo que exercitam a mente.
Para as crianças é uma forma divertida de aprender significados e de aplicar conceitos, um princípio para a escrita.
Com isto em mente, inicia-se hoje um primeiro passatempo para começar bem a segunda-feira.
OLIVA GALVANIZA em S. João da Madeira
27 de Setembro |
A primeira edição do OLIVA GALVANIZA decorre no dia 27 de Setembro, entre as 11h e as 23h, em São João da Madeira e será dedicado à temática da Ilustração.
A entrada é livre!
domingo, 21 de setembro de 2014
A Palavra Perdida - Inês Fonseca Santos e Marta Madureira
Clica para ampliar.
O convite chegou atrasado eu perdi-A e tu?
Será que a vais encontrar?
sábado, 20 de setembro de 2014
quinta-feira, 18 de setembro de 2014
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Gabriela Sotto Mayor - Exposição de ilustração na Biblioteca Municipal de Gondomar
Está a decorrer no auditório da Biblioteca Municipal de Gondomar uma exposição de originais de ilustração.
Podem dar lá um saltinho até 26 de setembro.
Podem dar lá um saltinho até 26 de setembro.
domingo, 14 de setembro de 2014
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
domingo, 7 de setembro de 2014
Feira do Livro do Porto - 2014
A "Feira do Livro do Porto - 2014" realiza-se nos jardins do Palácio de Cristal, onde terá lugar de 5 a 21 desetembro.
Pela primeira vez, em mais de 80 anos, a Câmara Municipal do Porto assume a organização deste evento. O Pelouro da Cultura da autarquia preparou um extenso programa cultural e a Porto Lazer, responsável também pela logística da feira, apresenta uma diversificada programação de animação. A localização próxima à Biblioteca Almeida Garrett e a disponibilidade do seu auditório criam condições únicas para o desenvolvimento de debates, performances, exposições e de um ciclo de cinema, que darão uma dimensão de festival literário ao evento.
"Liberdade" e "Futuro" são os temas da extensa programação cultural da edição deste ano da Feira do Livro do Porto, que a transformam num dos grandes festivais literários realizados em Portugal.
Feira do Livro nos jardins do Palácio de Cristal... Muito Bom! |