quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Era uma vez...



                                                                                                             Ouvir... AQUI e
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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Trocas e Baldrocas - Roberto Castro e Margherita Micheli



Todas as tardes, a ovelha Catarina
preparava uma chávena de chocolate quente e sentava-se a ler na sua cadeira favorita…

As histórias remetem-nos para um lugar em que a fantasia é a protagonista; e para entrar nesse mundo fantástico, nada melhor que uma cadeira especial num recanto acolhedor destinado à leitura.



Ora, estava a ovelha Catarina a desfrutar do seu livro, quando de repente… CRAAAAC! Catarina caiu estatelada, e pior: ficou sem cadeira para ler histórias!

Deste modo começam as trocas: cadeira por tamborete, tamborete por sofá, sofá por cadeira de baloiço…
Entre troca e baldroca, Catarina irá contando, nas páginas do livro que está a ler, uma história muito conhecida: o lobo bate à porta, derruba a casa de palha, sopra à porta da casa de madeira… Mas nada é tão confortável como a sua velha cadeira para desfrutar de um bom livro, por isso Catarina está sempre disposta a trocar ou a experimentar novos assentos para conseguir o seu objetivo: chegar ao final da leitura.

Será que o lobo vai comer os três porquinhos?


As personagens do universo de Catarina são antropomorfas, com características relacionadas com o caráter de transmissão dos objetos que trazem com elas. Assim encontramos, entre outros, Furacão, um cavalo romântico e fascinante com as suas crinas ao vento; Ricardo, um galo exuberante de enorme crista e belas penas; o porco Narciso, engalanado como um elegante dândi, ou a própria ovelha Catarina, com o seu quente casaco de lã branca; todos eles com personalidades que nos proporcionarão diferentes modelos, numa idade em que cada leitor também encontrará o caminho mais adequado para si mesmo.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

sábado, 22 de fevereiro de 2014

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Um blogue para saber mais que os pais

"Resolver palavras cruzadas a partir de histórias para crianças é o que se faz no blogue:
 

E muito se aprende em busca de “palavras ‘escanifobéticas’ esquecidas nos dicionários”. A ideia não é concorrer com os pais, mas sim conviver, ler e escrever. Em família."
Rita Pimenta

A Crocodila Mandona - Adélia Carvalho e Marta Madureira

"A crocodila Dalila é muito mandona,
E acorda sempre muito refilona.
Quem quiser atravessar o rio
tem de lhe deixar um bom presente,
que ela aprecie e a deixe contente."                          Ler mais





quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

O melhor presente "Dia dos Namorados"






"Um livro pode levá-lo ao paraíso ou à rebelião. 
O que se dá a alguém que tem tudo? Um livro. 
O que se dá a alguém que não tem nada? Um livro. 
Um livro pode dar-lhes esperança, o poder de sonhar com o que a vida pode ser"

 Jackie French

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É já... AQUI

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

PALAVRAS DE QUE EU GOSTO: FARRUSCO


Mais palavras que eu gosto... AQUI


Era uma vez uma palavra que vivia confortavelmente no dicionário, tentando passar despercebida entre a multidão de letras. Até que – ah-ha! – alguém lhe apontou um holofote e fez com que toda a gente reparasse nela. É mais ou menos isso que se pretende com esta rubrica: mostrar, com as letras de uma mão e os desenhos de outra, porque é que estas são Palavras de Que Eu Gosto. 


#2: FARRUSCO

Desconheço a existência de um inquérito acerca dos nomes mais dados a animais domésticos em Portugal, mas aposto que se tivesse sido feito nos anos 80 concluiria que 51% dos cães e 23% dos gatos se chamavam Farrusco. Piruças e Bolinha deveriam surgir em segundo e terceiro na lista de preferências onomásticas caninas apontadas pelos participantes na sondagem. No meu bairro havia um Pintarolas, que embora seja um nome bem catita, temo que seja menos representativo em termos estatísticos. Mas já me estou a desviar do caminho, não era de bicharada caseira que aqui queria falar. É o que dá escrever textos sem GPS. Recalculando:

O tempo estava farrusco. A passarada, saltitante, chilreava pelos cotovelos e as nuvens, tingidas de um cinzento-arratazado, mais carregadas aqui e acolá, ameaçavam abrir a torneira a qualquer instante. Mais minuto menos minuto, o céu perderia as últimas farripas optimistas de azul e faria questão de mostrar, uma vez mais, como era absolutamente desprovida de sentido essa frase tantas vezes repetida de que os homens não choram.

Era em momentos como este, sempre que estava prestes a desfazer-se em água e a desabar sobre as cabecinhas minúsculas das pessoas lá em baixo, que se lhe estampava no rosto um sorriso matreiro: ficava realmente contente por ser um substantivo masculino e sentia-se orgulhoso de poder contrariar tão absurda ideia. Sempre fora visceralmente contra o machismo, mas não se ficava pelo parlapiê: fazia questão de o demonstrar através de actos. Esta era a sua pequena vingança. E ia continuar a fazer justiça pelas próprias mãos até, cá em baixo, se fazer luz naqueles cerebrozinhos tacanhos.

E, de repente, cabum!, começava a mandar água. Primeiro em pingos espaçados e salpicos tímidos, e depois, pouco a pouco, arrastado pelo seu próprio entusiasmo, já jorrava num caudal desenfreado, em cataratas frenéticas e autênticos rios verticais a inundarem tudo, enquanto cantava a plenos trovões: “Contra os machões, chorar, choraaaaar.”

Algum dia aqueles pintos-calçudos haviam de captar a mensagem do céu. Não ia desistir enquanto não conseguisse.

Texto de Catarina Sacramento
Ilustração de Rita Cortez Pinto
(Publicado a 13 Fevereiro 2014)

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

domingo, 9 de fevereiro de 2014

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Mãe, em que história seria? - Maria Alberta Menéres



"Havia um peixe no ar,
um papagaio no mar,
uma lâmpada no olhar,
um cogumelo a chorar.


- Mãe, em que história seria?


A princesa na floresta
bebia orvalho e cantava,
de sua boca tombando
o que de sonho tombava.


- Mãe, em que história eu fugia?


Doze anões e uma antiga
Branca de Neve, quem sabe?
Havia um gato de botas
onde o meu pé já não cabe.


- Mãe, em que história aparecia?


Ah, montanhas de cristal
onde um cavalo espantava
e um espelho que tudo via
mil respostas me não dava.


- Mãe, em que história eu dormia?


Iela Mari (1931-2014)

A ilustradora italiana Iela Mari morreu a 29 de janeiro, aos 82 anos, e a morte foi revelada alguns dias depois num jornal italiano (e entretanto confirmada pela editora kalandraka).

Gabriela Ferrano, conhecida como Iela Mari (adotando o apelido do marido, Enzo Mari), é autora de livros para a infância que partilham alguns elementos comuns: não existe texto e toda a narrativa está assente na ilustração, com um forte pendor gráfico, abordando quase sempre a natureza e partindo da ideia de que o pequeno leitor pensa por associações de ideias.




Iela Mari teve uma visão muito à frente do seu tempo, inovadora e arrojada sobre o que podia ser um livro para crianças.
A sua obra de foi publicada em particular entre os anos 1960 e 1980 - alguns livros foram feitos com Enzo Mari, designer - tendo chegado a Portugal pela editora Sá da Costa e mais tarde pela Kalandraka.





Em Portugal estão publicados "A árvore", obra que foi rebatizada mais tarde como "As estações", "O ovo e a galinha", "A maçã e a lagarta" e "o balãozinho vermelho", a primeira obra da artista e possivelmente a mais conhecida no nosso país.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Histórias que ajudam... no divórcio

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A serenidade dos papás era branca. Parecia a neve que cai no bosque no mês do Natal. Ou o doce açúcar que a avó Berta polvilha por cima das suas tartes. E essa branca serenidade trouxe à boca da Matilde palavras que, embora trémulas e hesitantes, tinham em si a forte certeza de que tudo ficaria bem.


– Vou passar a ter duas famílias? Vou viver com quem?



– Meu amor, passarás a ter duas casas, mas a família é só uma e estará sempre unida por ti e para ti. Uma família que resolverá quaisquer problemas que surjam, uma família que comemorará tudo o que de importante acontecer na tua vida. Achas que a mamã ou o papá deixariam de assistir à peça de teatro da festa de fim de ano da escola?! Ou que não te acompanhariam ao hospital se partisses uma patita?! – perguntou a mamã, deixando bem claro que só uma mudança aconteceria na vida da Matilde: passaria a ter duas tocas e viveria com o papá e a mamã, embora em casas separadas.



– Uns dias dormirás aqui nesta toca, noutros irás dormir à toca do papá. Tanto a mamã como o papá continuarão a dar-te banho, a ajudar nos trabalhos-de-casa, a passear contigo! Ah, temos que escolher a cor para pintar o teu quarto, filha! – exclamou o pai, entusiasmado.



– Hum mm… talvez cor-de-laranja, como as cenouras… – respondeu Matilde, sorridente. Por momentos lembrou-se da alegria do colega Tomás, apesar de falar dos pais que viviam separados. E agora compreendia porquê. A mamã e o papá estarão sempre presentes na vida dos filhos e, todos juntos, serão sempre uma família.



Mas, logo em seguida, os olhos de Matilde voltaram-se para o chão e entristeceram-se. As suas grandes orelhas baixaram-se sobre eles, tentando ocultar as redondas lágrimas que rolavam devagar pelos seus bigodes. Depois, palavras lentas, pequeninas e tristes saíram da sua boca:



– Vão separar-se porque às vezes porto-me mal, não é? Como no outro dia em que saltei tanto no sofá que caí e parti a jarra de flores que a avó Berta tinha oferecido?...



– Matilde, minha querida, os papás vão separar-se porque deixaram de gostar um do outro enquanto namorados, mas continuarão sempre a gostar-se enquanto teus pais. Talvez tenhas reparado que ultimamente não andamos tão carinhosos ou até que às vezes temos discutido… Foram os sinais de que a nossa relação de amor chegou ao fim. Mas o amor que temos por ti, esse, só pode continuar a crescer e é tão certo existir como todas as noites o sol dormir e a lua acordar.



Nesse instante, Matilde olhou lá para fora e viu que o sol já se punha, deixando o céu com a sua cor preferida. Limpando as lágrimas e sentindo no coração a certeza de não vir a perder nunca o pai ou a mãe, deu-lhes as mãos e disse, sorridente e orgulhosa:



– Hoje na escola fizemos um trabalho sobre a família. Escrevemos um texto que vai amanhã ser afixado no átrio. Vou pedir à professora para acrescentar uma frase.



– Qual, Matilde? – perguntou a mamã, curiosa.



Família é quem nos assegura estar sempre aqui, mesmo que more noutra casa.



Os três deram um abraço. E, desta vez, as palavras dos papás substituíram o silêncio.



– Amo-te, Matilde – disseram os pais em uníssono.