sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
domingo, 26 de janeiro de 2014
O Meu Avô - Catarina Sobral
Depois dos aclamados Greve e Achimpa, eis que chega o terceiro livro: O Meu Avô!
O lançamento do livro está previsto para dia 9 de Fevereiro, pelas 15h30, na livraria Ler Devagar, a entrada é livre.
O meu Avô. E o Dr. Sebastião. Duas personagens, dois tempos diferentes.
O meu Avô acorda todos os dias às 6 da manhã. O Dr. Sebastião acorda às 7. Cruzam-se todos os dias à mesma hora. O meu Avô já teve uma loja de relógios. Agora tem bastante tempo. O Dr. Sebastião não é relojoeiro nem tem tempo a perder. O meu Avô tem aulas de alemão e aulas de pilates. Escreve cartas de amor (ridículas) e faz regularmente piqueniques na relva, comme il faut. Depois, ainda tem tempo para ir buscar-me à escola… De Pessoa a Manet, de Almada a Tati, um livro repleto de referências artísticas.
Nas livrarias em Fevereiro, não percas!
sábado, 25 de janeiro de 2014
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
Palavras que eu gosto
Era uma vez uma palavra que vivia confortavelmente no dicionário, tentando passar despercebida entre a multidão de letras. Até que – ah-ha! – alguém lhe apontou um holofote e fez com que toda a gente reparasse nela...
#1: RETRO-ESCAVADORA
O Pedro e a Mathilde têm um acordo. “Como é que eu sei que és mesmo a minha filha? Que não és outra menina, muito-muito-muito parecida com ela?” A pergunta tem toda a lógica. A criança que tem à frente podia ser um clone produzido em laboratório, por exemplo, ou um extraterrestre disfarçado a tentar fazer-se passar por original. A Mathilde dispara a resposta, já na ponta da língua: “Retro-escavadora!”
E assim cai por terra todo um possível rol de teorias da conspiração. Esta é mesmo a Mathilde, assunto encerrado. Quem fala assim não é alien.
Essa retro-escavadora que, quando as paredes vêm abaixo, abocanha o entulho na sua enorme mandíbula, é a mesma que leva também as dúvidas do Pedro para o contentor do esquecimento. É a palavra-código, a senha secreta combinada entre eles. A porta de entrada que dá acesso a mundos paralelos de sentido. Cumplicidade: ligada. Memória: activada. Bip.
Agora sim, podem respirar de alívio. E tudo graças à retro-escavadora. Que para muitos não passará de uma máquina grande e feiosa, baptizada com um nome igualmente anguloso, cheio de bicos, arestas e dentes afiados. Mas para mim é muito mais: é esta palavra que se enrola na língua e salta na boca como as peta-zetas.
Ainda por cima simpatizo com aquela espécie de dino-robô: imagino-o sempre como o último descendente dos dinossauros, um réptil que em vez de se ter extinguido, sofreu mutações sucessivas desde os tempos pré-históricos – qual Transformer gigantesco em acção – e chegou aos dias de hoje ressurgido num corpo mecânico, plenamente adaptado à era moderna.
É tudo uma questão de perspectiva: pode-se olhar para a retro-escavadora como um vulgar Caterpillar ou como um belo exemplar de mecanossauro: Mecanossaurus rex, o rei da selva tecnológica. Agora escolha.
Texto de Catarina Sacramento
Ilustração de Rita Cortez Pinto
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
Leonel Neves
A PULGA
Um ponto somente
é este animal
que pouco se vê
e muito se sente.
E a gente não gosta
da pulga.
Porquê?
A pulga,
afinal,
só de animais gosta
e gosta
da gente.
A gente que o diga…
Gosta, morde e pica.
Mas que rica
amiga!
Pica
por ser má?
Pica
por prazer?
Lá prazer terá,
sabe-se isso bem…
mas, se a pulga
pica,
é para comer,
não mata ninguém.
O pobre animal
precisa de sangue…
Mas é natural
que a gente se zangue.
Quem dera apanhá-la,
mordê-la,
pisá-la!
Vai a gente ver
e ela
já se foi…
e sempre a morder.
Um ponto somente
é este animal
que pouco se vê
e muito se sente.
E a gente não gosta
da pulga.
Porquê?
A pulga,
afinal,
só de animais gosta
e gosta
da gente.
A gente que o diga…
Gosta, morde e pica.
Mas que rica
amiga!
Pica
por ser má?
Pica
por prazer?
Lá prazer terá,
sabe-se isso bem…
mas, se a pulga
pica,
é para comer,
não mata ninguém.
O pobre animal
precisa de sangue…
Mas é natural
que a gente se zangue.
Quem dera apanhá-la,
mordê-la,
pisá-la!
Vai a gente ver
e ela
já se foi…
e sempre a morder.
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
domingo, 19 de janeiro de 2014
Sou um boneco de neve! - Alda Casqueira Fernandes
Sou um boneco de neve
E tenho um grande nariz
Vivo no meio do frio
Mas mesmo assim sou feliz
Depois de olhar p'ra mim
Toda a gente fica alegre
Tenho um grande nariz
Sou um boneco de neve
Na cabeça um chapéu
E no pescoço um cachecol
Sou um boneco de neve
Que derrete com o sol
Um nariz feito de cenoura
E os braços feitos de esgalho
Se não fosse tão branquinho
Poderia ser...Espantalho
Alda Casqueira Fernandes
sábado, 18 de janeiro de 2014
Elizabeth Shaw
Escreveu e ilustrou numerosos livros – além de ter criado imagens para obras de outros autores (Mark Twain, Erich Kästner, Astrid Lindgren, Bertolt Brecht, etc.)
Violeta Figueiredo
Sem esforço e sem guerra,
minhoca de anéis suaves faz
na terra o que no céu fazem as
aves: abre espirais incompletas
para todo o sempre secretas.
in Fala Bicho
Festa do Livro
De 17 a janeiro a 9 de fevereiro, o Pavilhão Rosa Mota,
no Porto, recebe novamente a Festa do Livro em Saldo, organizada pela
Calendário de Letras. É a vigésima edição de um evento que, ao longo do
tempo, passou pelo Centro Comercial Cristal Park e pelo Mercado Ferreira
Borges, tendo-se instalado no Palácio de Cristal nos últimos anos.
Canção da Chuva
Canção da Chuva
Ping ping ping
Cai a chuva no telhado
Ping ping ping
Fica o chão todo molhado
Ping ping ping
Cai a chuva no quintal
Ping ping ping
P'rós barquinhos de jornal
Ping ping ping
Cai a chuva no telhado
Ping ping ping
Fica o chão todo molhado
Ping ping ping
Cai a chuva no quintal
Ping ping ping
P'rós barquinhos de jornal
Futebol e o amor entre pai e filho
"Domingo vamos à Luz"
Pato Lógico Edições
Texto: José Jorge Letria
Ilustrações: André Letria
“Este é um livro de amor ao Benfica, um amor partilhado por um pai e por um filho, ontem, hoje e sempre.”
Sorte do Benfica.
O clube português recebeu, de pai e filho, um dos mais bonitos livros infantis sobre futebol. Méritos do escritor José Jorge Letria, que declama as glórias benfiquistas, e do talentoso André Letria, que ilustra com paixão as tardes vividas no Estádio da Luz, em Lisboa. Uma dupla em sintonia fina, na letra e no traço.
“Domingo vamos à Luz”, dos Letrias, e publicado pela editora portuguesa Pato Lógico, pode ser lido como uma poesia dedicada ao clube do coração. Pode, mas não deve. Não deve porque deixaria de fazer justiça à sensibilidade deles em expor o futebol acima da paixão clubística. O papel do futebol, aqui, é o de conectar entre pai e filho e construir identidades entre vitórias, derrotas, ídolos, títulos e respeito ao adversário. O amor ao clube se confunde com o amor que existe entre os dois. A cada domingo, pai e filho se tornam um só. As emoções que eles compartilham brotam de rituais e ideais, presentes a cada virada de página do livro. O vestir-se de vermelho, o completar o álbum de figurinhas, o comprar o sorvete e cachorro-quente e a idolatria ao craque Eusébio, o maior jogador da história do clube.
A admiração do garoto por Eusébio verte em admiração pelo pai. Ora, são todos um só: pai, filho, Eusébio, Benfica. Mas essa visão de futebol está um pouco esquecida. Os exageros do futebol-mercado-consumo vêm, há tempos, corroendo esse romantismo. Por isso, há um bocado de inevitável nostalgia na escrita de José Jorge, especialmente quando fala de um “tempo distante e limpo” em que os jogadores eram mais que verdadeiros ídolos – eram fonte de inspiração.
“Domingo vamos à Luz, / como eu já fui com meu pai, / num tempo distante e limpo / em que os craques / tinha nos olhos / o brilho mágico / de todos os títulos por ganhar / e a juventude inteira, / garrida e altaneira, / para os alcançar.”
“Domingo vamos à Luz, / como eu já fui com meu pai, / num tempo distante e limpo / em que os craques / tinha nos olhos / o brilho mágico / de todos os títulos por ganhar / e a juventude inteira, / garrida e altaneira, / para os alcançar.”
O craque Eusébio, que morreu no último dia 5 de janeiro, aos 71
anos, é o grande exemplo de força e superação. A melhor fonte de
inspiração para os Letrias benfiquistas.
“Domingo vamos à Luz, / onde eu vi o Eusébio a fintar, / a fazer
golos e chorar, / menino da África distante, / veloz, certeiro e
possante, / correndo de topo a topo / como a gazela elegante / que dorme
ficando à espera / que a manhã se levante.”
Além de fonte de inspiração, na figura do craque, o futebol
transborda do campo. Em vários momentos o livro não é sobre o Benfica,
não é sobre Eusébio, nem sobre o futebol. É sobre pertencer ao grupo, à
torcida, e sobre compartilhar alegrias e tristezas com desconhecidos.
André Letria capricha nas feições de cada torcedor, montando mosaicos de
rostos divertidos, tornando-os próximos como velhos amigos.
É nesse ponto que o livro crava sua capacidade de surpreender: no
traço que dá personalidade a cada torcedor. O futebol, afinal, não é
sobre uma bola. O futebol é sobre pessoas. Sobre pais e filhos, como
José Jorge e André, e esse amor que eles compartilham e puseram no
papel.
Sorte do Benfica de tê-los como fans.